Por
iniciativa de estudantes africanos na Bahia e em parceria com os estudantes
afro-brasileiros, a Semana da África vem sendo realizada em Salvador desde maio
de 2006. Nesta edição evento está sendo acolhido, pela Universidade Federal
da Bahia (UFBA), Universidade do Estado da Bahia (UNEB), Programa de Pós-Graduação em Literatura e Cultura (LitCult), Programa de Pós-Graduação em Estudos Africanos (Pós-Afro), Pró-Reitoria de Extensão da UFBA (PROEXT), Pró-Reitoria de
Assistência Estudantil (PROAE), Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (SECULT), Secretaria da Promoção de Igualdade Racial (SEPROMI), Secretaria Municipal de Reparação de Salvador (SEMUR), Consulado
da Guiné-Bissau na Bahia, Centro Cultural Casa de Angola na Bahia, Centro de
Culturas Populares e Indenitárias (CCPI) e Fundação Pedro Calmon (FPC).
A
oportunidade de promover um evento dessa natureza decorre da intensa vontade de
estabelecer trocas científicas entre estudantes, professores e intelectuais
africanos e brasileiros. O interesse em constituir um fórum acadêmico e
cultural com uma periodicidade anual, voltado para a promoção de debates acerca
de uma multiplicidade de temas referentes às questões africanas e da diáspora é
o ponto fundador da Semana da África, que vem se consolidando como um espaço
propiciador de uma rica reflexão sobre as especificidades culturais, demandas
econômicas e políticas dos diversos países africanos na contemporaneidade, que
permite questionar o olhar homogêneo sob o qual o continente africano é
comumente visto, propondo um diálogo mais equitativo entre essas duas margens
do Atlântico.
Em
sua primeira edição, os debates foram centrados na representação da África no
imaginário social brasileiro, investindo na necessidade de problematizar a
circulação de estereótipos incapacitantes e atentar para suas implicações
políticas e sociais. A segunda edição debruçou-se sobre o problema da unidade
africana, incluindo a discussão sobre a atuação da União Africana (UA) nas
questões geopolíticas contemporâneas do continente. Em sua terceira edição, a
Semana da África teve como tema as dinâmicas sociais, políticas e culturais no
continente na contemporaneidade, com a preocupação de ressaltar e analisar, de
forma crítica, a diversidade dos povos africanos no passado e no presente. A
quarta Semana da África abordou o processo das independências dos países
africanos, após séculos de escravidão e colonialismo. Em 2011, a quinta edição
do evento debruçou-se sobre a importância das matrizes civilizatórias africanas
para a constituição da cultura baiana e de outros pontos privilegiados da
diáspora. Na sua sexta edição, a Semana da África propôs o debate sobre a
importância da África e os novos caminhos da ciência. Na sétima edição, a
Semana da África fez uma abordagem sobre as produções audiovisuais africanas,
em especial o cinema, bem como as diversas apropriações das imagens das
realidades africanas na diáspora, e especialmente no Brasil, considerando a
importância da produção audiovisual africana sobre a África no ensino da história,
das culturas africanas e afro-brasileiras nas escolas e universidades
brasileiras, no contexto da primeira década de vigência da Lei nº 10.639/2003. A
oitava edição, foi discutida os desafios e perspectivas do continente africano
para o futuro, levando em conta as especificidades culturais e políticas do
continente africano.
Nesta
nona edição, a Semana da África pretende discutir o futuro das cooperação
sul-sul entre os países africanos e Brasil em todo os níveis do campo político,
reforçar as trocas acadêmicas, preservar o legado e a memória sociocultural dos
diversos países africanos são alguns dos objetivos do evento que é resultado da
iniciativa de estudantes africanos e afro-brasileiros.
A
discussão em pauta se fundamenta no sentido de que a África e Brasil tiveram um
protagonismo especial nessa área, defendendo um sistema internacional de
cooperação mais diversos em termos de princípios, modelos e práticas, derivado
da própria existência de diferentes experiências históricas e posições sistêmicas.
A solidariedade, a ausência de condicionalidades, a horizontalidade e o
respeito à soberania são alguns dos princípios reclamados por essa nova forma
de cooperação que o atual governo do Brasil não pretende dar os seguimentos
nestes projetos interculturais. As modalidades que essa cooperação adota são
variadas (cooperação técnica, ajuda humanitária, contribuições a fundos
multilaterais, operações de paz e outros.).
Objetivo geral
Promover
diálogos entre acadêmicos, educadores, cientistas sociais, antropólogos,
economistas, dramaturgos e literatos, brasileiros e africanos, sobre o futuro
das cooperações sul-sul entre África e Brasil.
Objetivos específicos
· Promover o debate sobre o que fazer, para
que a África possa seguramente construir seu desenvolvimento social e
econômico;
·
Disseminar análises críticas e estimular o
debate sobre as relações África-Brasil-África no âmbito da produção acadêmica,
das políticas de circulação de bens simbólicos, da estética e das relações
identitárias;
·
Discutir sobre a apropriação da
literatura, cinema, e de outras formas de produção de conhecimento sobre a
África por parte do público brasileiro, em especial por parte de educadores
interessados em integrar em sua prática pedagógica o ensino da cultura e da
história africanas e afro-brasileiras, na perspectiva da implementação das Leis nº 10.639/2003 e 11.645/2008, que trata da obrigatoriedade do ensino da cultura e da história
negra, afrodescendente e africanas no Brasil.
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